Desde o início do dia todos aqui em casa falávamos do jogo do Vitória contra o Atlético MG. Passamos todo o tempo vibrando e confiantes de uma grande partida. Estávamos motivados pela conquista do tri-campeonato baiano (mesmo sabendo que ganhar esse campeonato é mais obrigação do que mérito), pensando no jogo como algo fácil, pois tínhamos uma larga vantagem (3gols) sobre o adversário. A certeza de triunfo era tão forte que já pensávamos na próxima batalha, e ja imaginávamos o próximo oponente a ser abatido, o Vasco da Gama.
O Vitória entrou com campo com a formação 5-4-1, jogando com 3 zegueiros, 2 laterais, 3 volantes, 1 homem de ligação e 1 atacante. Quando vi essa escalação já senti que algo de errado estava por vir, pois tínhamos uma vantagem de 3 gols (sendo que n tomamos nenhum gol em casa) e 1 gol feito obrigaria o Atlético MG à fazer 5 gols para se classificar, pois na regra da Copa do Brasil, gol marcado fora de casa é critério de desempate.
O time desde o inicio da partida se mostrou lento, tenso e sem confiança. Obviamente que jogar contra um time tradicional do futebol brasileiro, no Mineirão, não é nada fácil, mas será que o Vitória deveria levar isso em consideração, sendo que o Atlético vinha de uma crise, perda do campeonato mineiro, 9 gols sofridos e 1 feito, em 3 jogos, mudança de técnico? Será que não seria interessante partir para cima, tentar fazer um gol para definir a classificação e depois se fechar todo? Acho que o treinador Capegiani não percebeu o critério da Copa do Brasil, esqueceu da qualidade mediana do elenco que tem e demonstrou medo da equipe adversária.
O jogo começou e, como esperado diante da escalação do Vitória, o Atlético MG partiu para cima com muita ferocidade. Aos 23min fez o primeiro gol e continuou pressionando o tempo inteiro, sendo que o Vitória só havia chegado em um momento, com uma cobrança de falta de Ramon, sem muito perigo.
No segundo tempo o Vitória continuou com a mesma postura defensiva, com uma defesa confusa, meio campo apagado e o atacante Neto Baiano (que será citado na sequência) isolado na frente, e tome pressão dos mineiros. Já esperávamos uma reação do treinador, pois, do jeito que a coisa estava, o gol do Atlético MG era uma questão de tempo. Foi aí que ele surpreendeu a todos. Simplesmente sacou do time o único jogador lúcido e o mais competente do time, Ramon, colocando um menino novo, Adriano (bom jogador), para se aproximar do protótipo de atacante (Neto “Chorão” Baiano), desorganizando mais ainda o setor de meio campo do time.
Num desses lances inesperádos, o menino que acabara de entrar em campo, fez uma grande jogada, num contra-ataque, e numa troca de passe com o protótipo de atacante, sofreu o penalti. Nesse momento, tudo que o time precisava estava acontecendo, um gol naquela altura do jogo decretaria a classificação do time, sem mais preocupações, pois poderia ser goleado por até 4 à 1. Mas, com a saída do cobrador oficial do time, Ramon, o dito atacante, glorificado por ser um dos artilheiros do Brasil ( pois só jogou com time sem expressão como o Bahia, Colo-colo, Itabuna, Feirense, Fluminense de Feira, dentre outros), teve a audácia de pegar a bola para cobrar a penalidade. Por que não deram a bola para Bida? Por que o prórpio Viávara não cobou? Mas não, o artilheiro do Brasil foi cobrar, e aí, displiscente, desatento e sem talento, cobrou à meia altura, nas mãos do goleiro Juninho, aos 16 minutos do segundo tempo.
Após esse fato patético, com o apoio da torcida e com um elenco mais forte do que o do Vitória, o Atlético MG, partiu para cima e, aos 19 minutos do segundo tempo, numa bola levantada na área, Welton Felipe (Quem?), conseguiu ficar sozinho diante da multidão de defensores sem competência do vitória, e marcou o segundo gol.
Aí ja viu, não é mesmo? 19 minutos do segundo tempo, sem o melhor jogador do time em campo e 2 à 0 no placar, era só rezar para a tragédia não ser pior.
Com tudo dando errado, desde a escalação do time, o treinador resolveu sacar uma das grandes esperanças do time, Apodi, que vinha fazendo uma péssima partida, e colocou outro lateral, Bosco, que acabou tendo uma boa participação no jogo.
O tempo foi passando, o Vitória continuava dominado, e o treinador resolve colocar Washington (outro jogador de pouca qualidade, mais um lado b do futebol paulista que o vitoria acolhe, como uma boa mãe), no lugar de Jackson, que também esteve apagado no jogo. Aí eu pergunto, por que o treinador não tirou Carlos Alberto, ao invés de Ramon, para colocar Adriano? Por que ele insistiu tanto na lentidão e limitação daquele rapaz que se diz atacante, que chora e que se acha craque, Neto Baiano? Por que não tentou definir a classificação no primeiro tempo e depois se fechou? O que será que acontece com esse time em momentos de decisão?
Pois então, com todas essas lambanças do treinador, a postura do time continuou a mesma e num lance imbecil, um “atleta profissional de futebol” chamado Uelliton, que ja tinha cartão amarelo, simplesmente arremeçou a bola para longe após uma falta, com o lance parado, e, amadoristicamente recebeu o cartão vermelho, dificultando mais ainda qualquer tipo de reação.
Aos 40 minutos do segundo tempo, em mais uma bola na área do Vitória, e mais um distúrbio mental da retaguarda rubro-negra, o galo fez o terceiro gol.
A partir daí, todas as esperanças já tinham ido embora, e, por sorte, por falta de competência do AtléticoMG, e por uma boa atuação do goleiro Viáfara, o jogo terminou, no tempo normal, em 3 à 0, levando a partida para as grandes penalidades.
Como todos nós sabemos, penalti é uma grande loteria e o fator sorte influencia muito no resultado. O Vitória partiu para as cobranças sem seu melhor batedor, Ramón, e totalmente abalado depois de uma partida vergonhosa e um bombardeio atleticano. Já o Atlético, partiria para as penalidades super motivado depois de conseguir tirar a imensa vantagem, de ter feito uma grande partida e o goleiro Juninho mais ainda depois de pegar um penalti no segundo tempo.
Mas aí entra a magia do futebol e o que o torna mágico. Inesperadamente e injustamente (por conta das circunstancias da partida), o vitória concluiu em gol as suas 5 cobranças e o goleiro Viáfara consegue defender a quinta e última cobrança do time mineiro, classificando o time para as quartas de finais da Copa do Brasil.
Depois do que vi hoje, eu termino esse texto fazendo algumas perguntas:
O que será de nós na sequência dessa competição? O que será de nós no dificil e longo campeonato brasileiro? O que faremos na Taça Sulamericana? Até quando teremos jogadores como Neto Baiano, Uelliton, Carlos Alberto, Walace, Luciano Almeira, etc, em nosso elenco?
Até quando teremos essa postura provinciana e passaremos por esse tipo de humilhação??!!!!
Ricardo Cavalcante é um baiano gente boa, morador de Salvador… Torcedor fanático do Vitória. Colabora com o FLANEWS e convida a galera a ler seus textos no seu blog pessoal, acessando aqui.