No futebol nada se cria, tudo se melhora
Mais uma vitória. Agora são cinco seguidas. Sete jogos de invencibilidade no total (6V 1E).
Ricardo Gomes seria o novo Telê Santana? Uma nova versão do Profº. Minelli?
Não. Não é para tanto. Ele é sim um rapaz muito esperto.
Qual a maior qualidade do Tricolor Paulista desde o ano de 2004, quando Cuca começou a “montar” este time que agora, novamente, é visto como um dos grandes candidatos ao título brasileiro? O Esquema.
Cuca montou um São Paulo num 3-5-2 que de retranca não tem nada. Os técnicos posteriores, aproveitando-se desse legado apenas adaptaram o que já estava dando certo.
Em 2005 Leão instituiu a regra da “um time com defesa sólida é mais competitivo”. Pegou.
Ainda no mesmo ano Paulo Autuori aproveitou-se disso, mas impôs sua característica: já temos uma defesa sólida, agora ficaremos com a posse da bola e sairemos rápidos para o ataque. Pegou.
Em 2006 veio o Muricy. Este sim deu ao time o que parecia ser o toque final.
Time forte na defesa, rápido no contra ataque, mortal na jogada aérea e, como maior toque pessoal: marcação pressão desde o ataque. Roubando a bola ainda no ataque, você já está muito mais perto do gol. Não precisa andar o campo inteiro para marcar. Deu muito certo até o começo deste ano. Não era o toque final.
O time, porque quem ganha jogo mesmo são os jogadores, começou a não render mais. As jogadas mortais passaram a ser previsíveis. As variações já não surpreendiam e por isso, três anos e meio depois, chega Ricardo Gomes no lugar do supercampeão Muricy.
Ricardo pensou: agora é minha vez. Vou dar uma cara nova para este time. Vou mudar tudo. Sai o 3-5-2, entra o meu 4-4-2.
Já tentaram ensinar cachorro velho a fazer truque novo? Pois é, não dá. Ele reparou isto. E lá foi o São Paulo se apegar às “raízes” novamente. Volta o 3-5-2, mas com o toque, não poderia deixar de ter, do novo treinador.
Chegou a hora da receita de um prato que é campeão: Le Jason du Morumbi
Anote os ingredientes:
– um time forte na defesa
– 6 ou mais jogadores que chegam rápido para o contra ataque
– uma pitada de jogada aérea
– marcação pressão desde o ataque (pode-se usar os atacantes, um meia e os dois alas aqui)
E, como gran’finale: muita posse e toque de bola. Assim o adversário não fica com ela e a chance do seu time ser campeão é muito maior. A Torcida vai adorar!
Domingo tem mais. Mataremos mais um Leão mas, o que queremos mesmo, é que a Porca torça o rabo no dia 30/08 (e no final da refeição também).
E só adaptando um grito dos nossos companheiros Flameguistas:
“ E ninguém cala, esse chororõ! Chora a Galinhada, chora a Porcada, o Campeão Voltou!!!”
Diego Honorato é publicitário, são paulino e colabora com o Fla&News com suas impressões sobre o Hepta, ops, Hexa Campeão brasileiro.